Corpo de Engenheiros da Marinha completa 135 anos com papel estratégico
A atuação no desenvolvimento científico e tecnológico nacional fortalece a Defesa e geram benefícios à sociedade

No dia 12 de abril, o Corpo de Engenheiros da Marinha (CEM) celebra 135 anos de história, consolidando-se como um dos pilares estratégicos da Defesa e da inovação tecnológica no País. Responsável pela gestão, desenvolvimento, manutenção e projetos de meios navais, aeronavais e de Fuzileiros Navais, o CEM é essencial para garantir a infraestrutura e as capacidades operacionais da Marinha do Brasil.
Os Engenheiros Navais desenvolvem uma série de atividades inerentes aos projetos, estabelecimento de requisitos técnicos, manutenção e modernização de meios navais e de seus sistemas e equipamentos, ensejando contínuo avanço tecnológico da Força Naval, o desenvolvimento de soluções técnicas, a construção e manutenção da infraestrutura de todo o sistema de defesa, incluindo instalações portuárias, aeródromos navais e até sistemas de armamento e comunicação.
Pela abrangência de sua missão, o CEM reúne uma diversidade de especialidades das engenharias, tais como, engenharia aeronáutica, ambiental, de armamento, cartográfica, civil, de computação, elétrica, eletrônica, de materiais, mecânica, mecatrônica, metalúrgica, naval, nuclear, de petróleo, de produção, química, de telecomunicações, além da especialidade em arquitetura e urbanismo.
Entre os principais destaques da atuação do CEM estão o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB) e o Programa Nuclear da Marinha (PNM). O PROSUB empreende a construção de quatro submarinos convencionais da Classe “Riachuelo” e do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA) “Almirante Álvaro Alberto” e da infraestrutura de apoio localizada no Complexo Naval de Itaguaí. Em paralelo, o PNM está desenvolvendo as duas vertentes basilares para a obtenção do SNCA, o ciclo do combustível nuclear e a planta nuclear embarcada.
Vale ressaltar o trabalho constante dos Engenheiros Navais em diversas organizações voltadas para a construção e manutenção de meios navais, bem como de pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Assim sendo, é inegável a contribuição do CEM para o incremento do Poder Naval e, por decorrência, da Defesa Nacional.
O Diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo, Vice-Almirante (EN) Celso Mizutani Koga, destaca o papel do CEM no desenvolvimento da tecnologia nuclear. “O desenvolvimento do Submarino Nuclear Convencionalmente Armado (SNCA) representa um marco histórico para o Brasil. Trata-se de um projeto de altíssima complexidade, no qual o Corpo de Engenheiros da Marinha desempenha um papel essencial, não apenas no planejamento e execução, mas também na incorporação de tecnologias de ponta”, disse o Vice-Almirante Koga.
O CEM também atua no Programa Fragatas Classe “Tamandaré” (PFCT), que busca modernizar a Esquadra com a construção, no Brasil, de quatro navios de alta capacidade tecnológica.
Considerado um dos mais inovadores projetos de construção naval já desenvolvido no País, o PFCT envolve mão de obra nacional e transferência de tecnologia. As fragatas terão elevado poder combatente para atuarem em prol da defesa naval e segurança marítima, na extensa área marítima brasileira - a Amazônia Azul, com mais de 5,7 milhões de km² - destacando as patrulhas navais, operações de busca e salvamento, monitoramento ambiental, combate à poluição, repressão à pirataria e pesca ilegal.
Além desses programas, o Corpo de Engenheiros da Marinha tem atuação na gestão do ciclo de vida dos meios e sustentação logística da Força Naval. Em sinergia com o setor operativo, o CEM contribui para a disponibilidade e a eficiência dos meios navais, aeronavais e de Fuzileiros Navais ao longo de sua vida útil. Desde a concepção e aquisição até a manutenção e modernização, o trabalho conjunto permite que a Força Naval opere com alto grau de prontidão, garantindo desempenho operacional condizente com a magnitude do Brasil e sua posição no Sistema Internacional, além da continuidade da atuação em defesa dos interesses nacionais.
No Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), o Engenheiro Naval (EN) tem atuado de forma abrangente, na manutenção de meios operacionais, no desenvolvimento e gerenciamento de projetos e, especialmente, no campo de Ciência, Tecnologia e Inovação.
Com o foco no aprimoramento de tecnologias, cabe destacar alguns dos principais projetos por eles conduzidos, na Instituição de Ciência e Tecnologia (ICT) líder em DefNBQR, Centro Tecnológico do Corpo de Fuzileiros Navais (CTecCFN): o desenvolvimento da primeira fase do “Robô Expedicionário”, que possibilitou a criação de um dispositivo automatizado, capaz de executar missões de reconhecimento e o desenvolvimento de sistemas de monitoramento voltados para ameaças de caráter Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR), ambas em proveito dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais. Além disso, o Engenheiro Naval no CFN está à frente de iniciativas inovadoras como o uso de inteligência artificial para identificar ameaças em tempo real e a aplicação da manufatura aditiva (impressão 3D) para criar protótipos e peças personalizadas, otimizando a manutenção e produção de equipamentos da Marinha.
Esses projetos destacam a relevância do engenheiro naval na integração de práticas de gestão eficazes com a crescente e rápida evolução das capacidades operacionais e tecnológicas do CFN.
O Diretor de Engenharia Naval, Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Rogério Corrêa Borges, ressalta que no decorrer de seus 135 anos, o CEM tem sido um vetor ativo para o desenvolvimento tecnológico do Brasil, contribuindo significativamente para a nossa soberania no mar. O conhecimento acumulado e a capacidade inovadora de nossos engenheiros são diferenciais para a defesa do País e para o fortalecimento da Base Industrial de Defesa (BID). “Como exemplo, podemos citar a atuação de Engenheiros Navais na busca por soluções tecnológicas que contribuam para que a Marinha se posicione na vanguarda da descarbonização do setor marítimo, reafirmando seu engajamento com as metas globais de sustentabilidade e reforçando seu compromisso com a agenda ambiental”, comenta o Vice-Almirante (Engenheiro Naval) Borges.
O CEM tem se destacado no desenvolvimento de sistemas avançados para monitoramento e segurança marítima. Um exemplo disso é o Console de Imagens Táticas de Realidade Aumentada (CITRA), criado pela Divisão de Modelagem e Simulação do Centro de Análises de Sistemas Navais (CASNAV). Este sistema integra imagens reais, captadas por câmeras de monitoramento por vídeo, com elementos sintéticos oriundos de sensores de comando e controle marítimo, utilizando técnicas de realidade aumentada para aprimorar a visualização e a tomada de decisão.
Além disso, o CEM auxilia no desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), que combina radares terrestres, aeronaves, embarcações e câmeras de alta resolução, tornando-se uma das principais ferramentas para a proteção das águas jurisdicionais brasileiras.
Com um legado de 135 anos, o CEM projeta o futuro com base em conhecimento técnico e compromisso com o País. O investimento contínuo na formação e capacitação dos Engenheiros Navais é fator basilar para a modernização e aprimoramento continuado das capacidades materiais da Marinha do Brasil, a fim de mantê-la apta para cumprir sua missão constitucional.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
Acesse: https://www.agencia.marinha.mil.br/
Via: Luís Celso News
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